segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Viver

Tecnicamente é um quadrado macio e confortável e coberto por um lençol macio e aconchegante com o cheiro de segurança por estar com alguém especial. E você e a pessoa se encontram e se perdem ali, em um mesmo momento. E conversam e se entendem e brigam e se viram do avesso para o outro. E um se arrepende e se vira, na famosa conchinha. E o outro se rende e recomeça a troca de carinhos e chamegos e amor e tesão. Sentir isso tudo intensamente e ao mesmo tempo com certeza não é pra qualquer um. É pra quem está disposto a fica nas pontas dos pés à beira de um precipício. É pra quem está disposto a viver umas poucas horas de bons momentos e depois sofrer por algum bom tempo pelas próprias lembranças. Li em algum lugar e dou total razão à frase: "seu maior inimigo é você mesmo." Você pode ter boas amigas ouvintes pra quem você vai desabafar e chorar e reviver mágoas passadas. Você pode ir à terapia toda semana, se permitir à ajuda de um especialista e aceitar essa ajuda na sua vida. Você pode ser a fiel à Deus, ir à missa todo domingo, pagar o dízimo e rezar o terço antes de dormir. Isso. Chegamos ao ponto e a chave de tudo. Você pode fazer isso tudo e ainda mais, porque nada disso vai acabar ou amenizar ou extinguir aquele vazio que você sente exatamente quando deita a cabeça no travesseiro, aí não existe amigo, terapeuta, deus, religião ou boa ação que te faça sentir melhor. É nesse momento que você mesmo se coloca lá naquele famoso pior lugar do mundo. Não adianta você tentar se reafirmar pros outros, mostrar sua felicidade ao mundo ou se sentir bem com outras pessoas se primeiro você não souber quem você é pra você mesmo; se sentir feliz com você mesmo ou caber dentro de si. Eu sei que isso é o clichê dos clichês mas, pasmem: clichê é verdade. E a gente às vezes se esquece de umas verdades que vez ou outra é bom se lembrar. Então, na cama aproveite a companhia, converse, faça carinho e depois morra de saudades (ou de qualquer sentimento) desses momentos. Melhor isso do que no dia tão especial, não ter acontecido exatamente nada de especial.

Postado por Paula Lopes

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