sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

 

I'm waiting for that final moment you'll say the words that I can't say.
0 comentários Postado por Paula Lopes

broken hearts.


0 comentários Postado por Paula Lopes
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

no sense

comecei a chorar porque alguém morreu em grey's anatomy, daí ouvi all you had to do was stay e chorei por tudo que não aconteceu e por tudo que aconteceu, chorei por perceber que daqui pra frente estaremos cada vez mais sozinhos e com mais responsabilidades, por perceber que ninguém vai parar pra esperar nenhuma ferida sentimental cicatrizar, tudo vai acontecer ao mesmo tempo nessa completa bagunça, sujeira e fumaça que é a vida. cabe a cada um saber dançar ou cair fora do palco.
0 comentários Postado por Paula Lopes
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

mais um pra dizer que to com saudades

sinto falta do som da sua voz, você é o único com quem eu queria desabafar. sinto falta de dormir com você, sem maldades, e ouvir sua respiração ali tão pertinho, e isso era meu melhor calmante. queria que tudo tivesse sido diferente.
0 comentários Postado por Paula Lopes
domingo, 30 de novembro de 2014

eu

Gosto do jeito que a Martha Medeiros enxerga e faz poesia com pequenos detalhes do dia a dia, ultimamente tenho lido alguns poemas do Pablo Neruda e pretendo comprar livros dele, Mafalda e Peanuts me mostram que mesmo na genuidade podemos ter um olhar crítico sobre o mundo, Pearl Jam e John Mayer me deixam pensativa, Taylor Swift e uma garrafa de vodka podem me entender mais que muitos amigos, tenho 18 anos e acredito no amor mais que tudo, Paramore me deixa nostálgica, livros mudam meu humor, meu maior medo é de não conseguir alcançar meus sonhos e ser uma pessoa frustrada, quero um apartamento em São Paulo que dê pra ver o pôr do sol, quero sair na av. paulista e conhecer pessoas novas, quero ter histórias ao redor do mundo, quero ter alguém pra acordar junto, Like Crazy, Stuck in Love, Her e Begin Again são filmes que eu quero me lembrar daqui a algum tempo, eu sou uma bagunça e queria encontrar alguém disposto a me arrumar.
0 comentários Postado por Paula Lopes
quinta-feira, 20 de novembro de 2014

(...) continuar apaixonando

Porque parece que eu gosto é disso. De ficar aqui sentindo saudades suas, imaginando o que você ta fazendo aí do outro lado, relembrando tudo o que aconteceu, e idealizando um você novo, só pra eu ter pelo que continuar me apaixonando. Maybe i'm too busy being yours to fall for somebody new.

0 comentários Postado por Paula Lopes
sexta-feira, 7 de novembro de 2014

stairway to heavem

"e quando acontecerem coisas ruins com vocês, não se perguntem por quê, se perguntem pra que, e percebam que a finalidade é justamente sermos melhores pessoas, e mais felizes (...), porque eu tenho certeza que vocês não são as mesmas pessoas de quando entraram nesse cursinho, porque eu também não sou o mesmo professor. cada tombo e cada alegria que tivemos esse ano nos fez crescer e amadurecer um pouquinho."

Sim Edson, não somos mais os mesmos, somos pessoas melhores que nunca, graças à você! and she's buying the stairway to heaven.
0 comentários Postado por Paula Lopes
domingo, 26 de outubro de 2014

But i didn't mean to let you go

0 comentários Postado por Paula Lopes
domingo, 19 de outubro de 2014

se você quiser

Se você quiser eu paro o que eu tô fazendo agora e dou um pulo aí na tua casa. Mentira, você tá muito longe, nem se quisesse eu conseguiria chegar a tempo por aí. Mas eu te ligo ou abro o Skype aqui rapidinho pra te ver o mais rápido possível, quando der, assim que você se desocupar, só pra dizer que eu te quero bem pra caramba, de verdade.

Esses dias me bateu um medo gigante de nunca mais ter a chance de dizer como eu te quero bem, porque no dia a dia a gente esquece, a gente só lembra das ofensas, do estresse, do lado ruim que ofende e fere quem a gente ama, mas uma hora a gente lembra, uma hora da manhã ou duas da tarde, mas lembra. E hoje eu me lembrei de você com todas as vogais e consoantes que formam o teu nome, com todos os traços tortos e mal desenhados da tua personalidade, com tudo aquilo que eu nego aqui dentro e que me atrai. Porque nem eu nem Deus saberíamos explicar o que é que me acontece por causa de você, e me desculpa o erro, mas não consigo ser formal contigo.

Bateu uma coisa que eu não sei se é febre ou fome, mas é voraz, tá me devorando por dentro, deve ser amor e saudade, uma espécie de dor de estômago que não se preenche, sabe? Você costumava dizer que sabia, então pensei que pudesse me entender. Ontem eu contei pro meu diário que você foi o cara mais incrível que eu já conheci na minha vida. Fiquei pensando se era verdade ou se era só pra formar poesia, mas é sim. É tão incrível que por dentro de mim tudo sorri, tudo só ri e continua assim por dias e dias quando me embaraço em você. Mas faz tempo que eu ando triste, com uma dor no peito esquerdo e no direito – porque ela se espalha e passa pro corpo todo, ela não se contenta com um pedacinho só. Ela não para, ocupa todo o espaço possível em mim, tudo em mim dói quando não é você. Eu ando desorientada e fico pensando se essa distância toda, se essa falta de tempo e esse afastamento necessário, se ele é tão necessário assim mesmo.
Desculpa, eu ando um pouco nervosa e isso escorre pelas palavras. Você nem imagina como eu falo hoje em dia, eu ando meio confusa, numa mistura estranha que me faz equilibrar as sílabas do teu nome na ponta dos lábios. É saudade.

Na última vez eu te disse que era melhor fugir de mim. Era melhor pra você porque eu me conheço. Eu acabo parecendo uma menina daquelas que sorriem pra tudo, que fazem tudo de bom grado, que não têm chefe que tire do eixo ou trânsito que abale a calma de um coração em paz, eu pareço uma dessas mulheres que se encontraram na vida sem GPS ou Google Maps. Eu ponho uma música do The Police ou dos Beatles e, cacete, como isso faz sentido. Recito a letra e percebo que poderia inserir você no meio de todas as histórias que eu desenho durante a melodia. Eu tenho um medo danado disso porque eu nunca me vi feliz assim, feliz a ponto de ser vulnerável. Pode até não parecer, mas eu sou medrosa, ainda mais com a possibilidade de sofrer. Eu sou sempre a pessoa que cai fora antes da chuva cair, entende? E dessa vez eu fiquei. E você fugiu.

Eu nunca disse isso pra ninguém, mas se você quiser, volta. Eu não tava brincando, eu posso não ser melhor pessoa do mundo pra um monte de gente, mas eu posso ser a melhor pra você. Eu deixo a tal menina confusa e aprendo a crescer. Porque eu já tô cansada de me referir a você como ele, reportando pros outros um discurso distante de alguém que tá, mas não tá aqui. Foge de mim ao contrário e volta, eu te busco no aeroporto, na rodoviária e, se você quiser, a gente ainda pode ser muito feliz.

Olívia Dias
0 comentários Postado por Paula Lopes
sábado, 18 de outubro de 2014

queria

queria que parasse de fazer tanto calor, queria que você me ligasse tonto para que eu soubesse que mesmo relutante você ainda pensa em mim, queria ter algumas amizades pertinho de mim, queria que essa fase cheia de pressões acabasse logo, queria nunca ter assistido friends pra começar agora e ser a melhor série do ano, queria ter coragem e dinheiro pra cortar meu cabelo num tamanho médio, queria não criar tantas expectativas em cima de tudo, queria ficar bêbada sem morrer de ressaca no dia seguinte, queria ter a certeza de que todas as minhas decisões e tudo o que eu estou abrindo mão agora vão, de um jeito ou de outro, me fazer muito feliz no futuro.
0 comentários Postado por Paula Lopes
sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Continua Girando

Olha, eu não queria falar nada, mas ainda há vida lá fora. E ainda que também haja colo, sempre que precisar, é preciso de si próprio para sacudir a poeira de vez em quando. Ferida de amor dói, ô se dói, algumas marcam pra sempre, algumas nunca passam, algumas doem mais que qualquer outra dor, mas ó: ó a vida passando, entre uma lágrima e outra, entre a indecisão de ficar aqui, seguro, ao lado dos próprios cacos, e ir. Sabe? Ir. Sabe-se lá Deus para aonde.

Superar amor envelhecido, remoído e maltratado é sempre uma tarefa mais nossa do que do mundo. Porque as horas ainda passam, ainda há dias de sol e de chuva (talvez nem tanto em São Paulo, mas há), ainda há nuvens pretas, e frio, e calor, e a primavera chegando. O mundo tá ali, fazendo a parte dele, cumprindo a tabela, esperando só a hora de você levantar e decidir fazer alguma coisa da vida. O despertador toca toda manhã numa pergunta sem fim: e aí, é agora que você vai cansar de ser infeliz?

Na teoria, sempre fácil. Mas é que dor emocional é coisa só nossa. Não tem merthiolate que dê jeito. No máximo, a gente arranja essas pessoas-curativo, que sempre parecem ser a solução de todos os problemas. Nada-como-um-amor-novo-para-superar-o-antigo, costumam dizer. E a gente esquece que band-aid arrancado da pele na pressa faz lembrar a dor do corte. Atrasa o processo de cicatrização. E não sara. Não passa. Cadê a cura?

Se a gente soubesse a fórmula de não se magoar por amor, talvez a gente também já tivesse inventado a vacina. E viveríamos assim: sem caras quebradas, mas também sem grandes paixões. Porque amor, no fim das contas, é processo de entrega. E se entregar é correr sempre o risco de cair no caminho. Quebrar. Chegar atrasado ao destinatário. Pior: correr o risco de ser devolvido ou trocado sem nenhuma consideração. 

Ou então correr o risco de receber, também, algo de bom em troca. Talvez, sei lá, um presente como um coração - pronto pra tudo.

Tudo isso pra te falar que: a maioria de nós, mortais, passa por isso. E tem choro, e tem grito, e desespero, e vontade de nunca-nunca-nunca-nunca-mais. Mas ainda há vida lá fora. Outras histórias. Outros porres. Outros amores. E dezenas de amigos. E gente que sabe, talvez só um pouco, o quanto dói por aí. E se ainda doer também por aqui, não tem problema: a gente sofre junto. Porque, como ouvi uma vez (em um contexto completamente diferente): na desgraça, a gente se abraça. 

E o mundo continua girando. 

Karine Rosa

0 comentários Postado por Paula Lopes
terça-feira, 23 de setembro de 2014

achado no tumblr

uma hora 
a campainha vai tocar
o telefone vai chamar
o jornal vai estar lá com a noticia estampada
eu deixei o recado na geladeira ontem pela manhã
eu vi o seu nome na lista dos aprovados
vai chover no domingo
o trem vai se atrasar
você vai partir e eu vou sumir
o abraço vai virar saudade
é tudo uma questão de tempo
com exceção da morte, baby
não há um “fim”,
apenas uma reta
com infinitos recomeços.
0 comentários Postado por Paula Lopes
sábado, 20 de setembro de 2014

Você

Você apareceu no momento errado. Eu estava ocupada demais com minha vida, correndo atrás dos meus sonhos, estudando 15 horas por dia, não saindo nos finais de semana, e estava frustrada ou cansada demais pra continuar naquele ritmo. Então, numa das poucas festas que eu fui, a gente se conheceu, e eu nem sei direito como aconteceu. De repente, as minhas aulas da noite, normalmente chatas, passaram a ser acompanhadas de mensagens suas. Nós conversávamos, e você me fazia enxergar tudo de um jeito simples, e me fazia rir, e me deixava leve. E quando nada disso funcionava e no final eu ainda continuava sendo essa eu tão chata e negativa, você ligava dizendo que estava na porta da minha casa, pra gente sair e eu melhorar (quando funcionava você também vinha, qualquer coisa era motivo pra gente se ver). Você me implicava, porque, segundo seu gosto questionável, eu ficava linda com as bochechas vermelhas de raiva. E eu gostava de sentir raiva de você, porque sabia como essa raiva passava: com você me abraçando e me dando aqueles beijinhos calmos, me fazendo carinho. E a gente ficou nessa fase boa por, o que me pareceu, uma eternidade. Eu perdi o foco, você, veja bem, você me fez querer desistir do meu futuro e dos meus sonhos, me fez pensar em como seria a minha vida se eu continuasse morando com minha família, continuasse no interior, porque eu estaria ao seu lado, e naquele momento aquilo me parecia suficiente. Quanto mais eu me aproximava de você, mais eu sabia que a gente tinha que acabar. E eu fiquei nessa dualidade, de querer ficar, e saber que eu também queria ir. Não sei quando a gente começou a dar errado. Não sei se a gente ta dando errado. Você não sabe o que quer, e de indecisa em qualquer lugar, já basta eu. Você não sabe o que quer, você não me pede pra ficar, e eu também não sei o que quero, e to quase indo embora. Nossos amigos me falam que você bebe e fica falando de mim, eu também bebo e fico falando de você, aliás nem preciso beber, "a gente" é meu assunto favorito. Você é tudo o que eu não podia querer num cara. Mas como não gostar de você? Eu nem sei te descrever, sempre fiquei muito ocupada tirando fotos com minhas próprias retinas, para que quando a gente terminasse, eu não me esquecesse de como nós parecíamos bonitos juntos, tirava essas fotos pra guardar em algum lugar na memória, aquele lugar de todas as melhores coisas que poderiam ter me acontecido, e "fica bem aí que essa luz comprida ficou tão bonita em você daqui" fez muito sentindo pra mim. Mas nós somos crianças lutando contra o que a gente sente e não assume, crianças que não sabem o que querem nem agora, quando mais o que vamos querer amanhã. Eu te escrevo porque sei que você odeia ler, e quando me disse isso eu pensei se valia a pena te levar a sério, mas logo em seguida você me disse que era de humanas e eu pulei do penhasco sem nem saber se você tava la em baixo pra me segurar. Em cada detalhezinho você me ganhava sem nem perceber, como na primeira vez que a gente terminou o que nem existia e depois voltou, mas antes de voltar eu te falei aquele monte de coisa, e você ficou sentado ouvindo porque sabia que tava errado, e roía as unhas e depois ficava falando mais palavrão que eu. Nossos beijos de reconciliação quase compensavam o tempo que a gente ficava afastado, e toda briga eu sabia que ia ter uma volta. Dessa vez eu não sei. Só agora to percebendo o quanto esse texto ficou confuso, mas não tem como seguir uma linha contínua de pensamentos quando se trata de nós dois. Você está em tudo, nas frases dos meus livros de poesia, em todas as minhas músicas favoritas e não tinha esse direito, você some e eu fico sozinha e tudo me lembra você. "Drunken monologues, confused because its not like im falling in love i just want you to do me no good and u look like u could", é isso, você poderia me fazer tão bem, mas você some, e bebe, e faz idiotice e depois volta pra mim, e agora fico só com as lembranças e essa vontade de que você tivesse se entregado por inteiro, mas você não quis, e de metades já vivo sozinha. Quando quiser aparecer, de verdade, a gente vê se eu ainda to aqui.
0 comentários Postado por Paula Lopes
sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Charles Bukowski

Jogue os dados.
Se você for tentar, vá até o fim.
senão, nem comece.
Se você for tentar, vá até o fim.
Isso pode ser perder namoradas,
esposas, parentes, empregos e
talvez sua cabeça.
vá até o fim.
isso pode ser não comer por 3 ou
4 dias.
pode ser congelar em um
banco de praça.
pode ser cadeia,
pode ser o ridículo,
chacota,
isolamento.
isolamento é a benção.
todo o resto é um teste na sua
resistência, de
quanto você realmente quer
fazer aquilo.
e você vai fazer
independente da rejeição
e das piores dificuldades
e será melhor do que
qualquer outra coisa
que vocês possa imaginar.
se você for tentar,
vá até o fim.
não existe outra coisa que vá te fazer sentir
isso.
você estará sozinho com os
deuses
e as noites se inflamarão em
chamas.
faça. faça. faça.
faça.
até o fim.
até o fim.
você guiará sua vida direto para
o riso perfeito,
a única briga boa que existe.
0 comentários Postado por Paula Lopes
domingo, 3 de agosto de 2014
Eu só precisava disso. Um motivo para que eu não me entregasse a você. Quanto mais pensava, mais queria. Não poderia conviver com a dúvida de como teria sido. Tinha certeza que seríamos incríveis. Invencíveis. Os melhores. Era amor antes mesmo que eu pudesse notar.
0 comentários Postado por Paula Lopes

O amor me envelheceu – sobre as marcas que o amor deixou

O reflexo no espelho do banheiro, invariavelmente, não é mais o mesmo. Vejo olheiras embaixo dos olhos fruto das inúmeras noites mal dormidas, pés de galinha que contam mais histórias do que os sertões de Guimarães e rugas escondidas aqui, ali, acolá, das vezes que as frustrações me pegaram desprevenida esboçando um sorriso que terminou flácido num vinco de adeus. Os cabelos antes volumosos e sedosos caíram-se aos montes, como restos de orvalho entristecidos com a chegada repentina do veraneio. Até o brilho no olhar é diferente, parece um destes vagalumes travessos que teve sua luz roubada em uma (ou várias) destas travessias sombrias que o coração da gente parece querer peregrinar. O fato é que hoje vejo muito pouco, daquele tanto que já existiu um dia. O amor que tanto me engrandece, me envelheceu.
De repente, a bagagem carregada com tamanho cuidado e esforço do lado de dentro ficou evidente do lado de fora também. As pessoas agora conseguem notar a imensidão do caminho que foi percorrido e a profundidade das cicatrizes que fizeram morada nesta essência ao longo dos anos. O corpo que atualmente desperta a retina do outro, conta uma história diferente daquele de outrora quando o amor era inocentemente tão somente amor, sem “mas”, “poréns”, “todavias” e “entretantos”. A reciprocidade se tornou levemente arredia perante as inúmeras possibilidades de amor e o semblante antes florido como um jardim de primavera estampa uma desconfiança singela, típica das crianças quando se arriscam a descobrir o primeiro passo.
A experiência ou maturidade trouxe consigo o preço minimalista do desapego. Não mais é preciso buscar esconderijo atrás de uma máscara de falso contentamento e permissividade uma vez que, o coração já castigado com doses nada homeopáticas de descaso entende que está tudo bem em mostrar quem se é de verdade. Aliás, aquela cicatriz nada atraente que muitas vezes é encoberta com camadas extras de base e sorrisos automáticos, pode ser uma dessas singelas delicadezas da alma da gente que engrandecem nossa vivência sob o olhar amoroso do outro. Quem tem um animal ferido dentro de casa sabe que a melhor forma de destituir um sofrimento é abraçar aquela dor e deixar que o tempo faça a sua mágica, até que o momento se esgote definitivamente. Passar por um turbilhão de relacionamentos, pessoas, sentimentos e ainda assim chegar emocionalmente inteira no próximo instante é mais do que sinônimo de coragem, é aquela cerejinha do bolo que te faz ser diferente de todo mundo que desistiu do amor no meio da travessia.
O amor que tanto me engrandece, me envelheceu. Mas, inacreditavelmente, me sinto mais plena do que nunca. O amor acumulou seus percalços em cada pequena fresta que o sentimento deixou aberta ao pedir passagem e o resultado deste preenchimento foi uma alma aprimorada e resiliente, que encontrou nos destroços, os pedaços de si que faltavam para completar o quebra-cabeça deste enigma chamado amadurecer. Porque o que nos torna bonitos, elegantes e desejados é justamente aquela metade avariada que a gente tenta esconder. Eu, me sinto cada dia mais linda. Espero que vocês também. Aquela ruguinha boba no canto esquerdo da boca se apruma toda num sorriso cada vez que meu coração consegue abrir as portas para amar novamente. A idade tem dessas ternuras que talvez a gente só consiga sentir com total exatidão quando chega lá. E olha que acaso (ou sorte), a minha ruguinha combina perfeitamente com as bolsas insones que ele carrega debaixo dos olhos. Bagagem boa é aquela que a gente carrega de mãos dadas. Que a gente continue se encontrando nestas marcas que o amor vai deixando pelo caminho, porque se do lado de fora a gente transparece vivência, do lado de dentro fica cada dia mais próximo da eterna juventude.

Danielle Daian
0 comentários Postado por Paula Lopes
O fim existe para fazer crescer o novo, o próximo dia, a próxima canção, o próximo abraço, mas existem coisas que simplesmente não se acabam, mesmo que queiramos. A finitude de certas coisas pode assustar, nos deixar vulneráveis, mas a infinitude de outras é capaz de chocar ainda mais – a memória é uma fábrica de infinito.
0 comentários Postado por Paula Lopes
segunda-feira, 14 de julho de 2014

divagando

eu conheço outros caras e me lembro porque continuo sentindo sua falta.
0 comentários Postado por Paula Lopes
segunda-feira, 30 de junho de 2014

Razão de ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

Paulo Leminski
0 comentários Postado por Paula Lopes
segunda-feira, 16 de junho de 2014

Crônica

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo cultivando este tipo de herança.
Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me num porto, num albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo.
Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada [Então fique comigo quando eu chorar,combinado?]. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar às vezes, mesmo na sua idade.(quem sabe no carnaval) rssr
Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai.
Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes. Me enlouqueça uma vez por mês. Goste de um esporte não muito banal. Me ensine a dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos, me faça massagem nas costas. Não fume ou fume (eu ainda prefiro que não), beba, chore...Me rapte!
E se nada disso funcionar, experimente simplesmente me amar!

Martha Medeiros
0 comentários Postado por Paula Lopes

Sobre sucesso e amizades

"Fazer sucesso requer coragem; e quem não tem essa coragem, inveja quem tem" com essa frase meu professor de português começou a aula dia desses. Anotei no cantinho do caderno e hoje quando li, me veio o impacto do quão isso faz sentido pra mim e para o que venho passando nesse ultimo ano. Próximo final de semana faz 1 ano desde que começou o ano em que aconteceram as piores coisas comigo e com quem gosto, o ano em que todas as minhas convicções vieram ao chão, o ano em que eu passei a entender melhor quais são os verdadeiros valores da vida. Nem amizades nem amores duram para sempre. Nada. E o ser humano tem uma necessidade de se encontrar em um grupo, de acreditar que sua própria felicidade está nas mãos ou na companhia de terceiros senão na dele mesmo, e esse é um dos piores erros que podemos cometer. Devíamos aprender desde cedo que nossa companhia é a única - única - coisa que sempre teremos. Amizades são relativas (festas, vida boa, no problems) e amores são efêmeros ("é essa ou aquela, a que me fizer mais feliz enquanto estiver me fazendo feliz"). E ainda assim esperamos não nos decepcionar com as pessoas. Mas acho, no fundo, que fomos feitos para magoar e ser magoados, e feliz é quem sabe superar cada um desses obstáculos com serenidade e calma, e crê pacientemente pelos melhores dias que estão por vir. Se almejamos a vida inteira algo, não devemos deixar de ir atrás desse sonho por alguém que está na sua vida apenas naquele momento, e no fundo as pessoas têm inveja de qualquer coisinha. Todos nós somos assim. Por isso, ir atrás dos nossos sonhos, contar as verdadeiras vitórias para o mínimo de pessoas possíveis ou até mesmo para ninguém (tem coisas que são nossas e ninguém precisa saber) e aproveitar a presença de algumas pessoas enquanto elas ainda estão ali, porque cada vez mais, você estará pra frente na vida.
0 comentários Postado por Paula Lopes
terça-feira, 20 de maio de 2014

Terça feira

Em uma terça feira de frio - interno e externo - você vai sentir falta do jeito que o sorriso dele te aquecia. E a partir desse detalhe, cada coisa vai parecer maior e mais melancólica do que costuma ser. Aquela música que tem a letra bonita vai fazer sentido. O perfume de um estranho que passa ao seu lado na rua e não te deixa esquecer que sempre vai ter esse vazio. Vazio do que foi e do que poderia ter sido. Do jeito que a gente ia se abraçar quando tivesse sido. O jeito que você me faz falta até quando estou com velhos amigos. As outras pessoas parecem sem conteúdo, com assuntos que não interessam e atitudes que provam que amor, amizade sem interesses e caráter estão cada vez mais raros. Mas o sinal acabou de abrir e eu tenho que seguir em frente (em todos os sentidos). Deixo pra lidar com esses sentimentos uma outra hora, quando eu tiver tempo.

0 comentários Postado por Paula Lopes
domingo, 11 de maio de 2014

Todos nós já passamos por isso

Nunca parar de me encantar pelas pequenas coisas. Acreditar que ainda existe amor, e é ele quem muda o mundo.
0 comentários Postado por Paula Lopes

Sou dessas

De poesias manchadas no guardanapo que interrompem bate-papo de bar. De foto três por quatro morando na carteira. De choro. De olho no olho. De amor à primeira vista. De gostar de abraços largos. De não dá-los. De vontades que explodem e preenchem o caminho de volta para casa. De madrugadas. De planos abertos pelo retrovisor do carro. De baixar a cabeça e fugir para o balcão. Uma cerveja e dois copos! De dedos costurados dentro de uma sala de cinema escura. De nuca. De nunca mais vou beber. De flerte no meio de trombadas. De meias palavras. De tudo escrito. De tudo acabado desta vez. De voltar atrás. De olhar de longe. De fingir que não viu. De mentir que não fuça. De declarações duras. De tapas leves. Que dizem verdades. De acreditar em vou aparecer mais. De não rasgar fotos. De escrever pessoas em uma bexiga de gás e olhar para o céu enquanto elas se apagam de mim. De cair na mesma história. De novo. Do mesmo jeito. De não prevenir nenhum desgosto. De passar a borracha em um número de telefone. De esquecer que passou. De contar que passou. E esquecer também que contou. De ligações no dia seguinte. De ligações perdidas. De propósito. De alôs mais gagos que convites. Ao vivo. De desligar o telefone e deixar o silêncio dialogar. E de atacar as reticências às páginas brancas. De me conhecer só assim, já que sou dessas que gostam de.

Priscila Nicolielo
0 comentários Postado por Paula Lopes
terça-feira, 29 de abril de 2014

Por um mundo com menos “a gente se vê” e mais “abre a porta que cheguei”

Acontece que um belo dia, perdido entre o que foi e o que poderia ser, você acorda cúmplice de uma espera. A expectativa de um telefonema, uma carta, mensagem de texto, um adeus, qualquer coisa capaz de consumir definitivamente aquela angústia e colocar fim na tormenta que já se estende por semanas. E nada. Porque a espera é isso, um grande nada recheado de todas as caraminholas passíveis de viver no coração de alguém. Ainda assim, a sensação de preenchimento e plenitude desencadeada pelo apego domina toda e qualquer atitude racional pronta a desabrochar, e o suspiro vem fundo, mentindo no ápice do alívio, que está tudo bem em te esperar. Enquanto isso o mundo está lá fora te provando que nada pode ser melhor do que eu, nós e o que construímos até aqui, apesar de você insistir em me colocar no banquinho do depois. E eu como mocinha comportada que sou fico ali aguardando a hora de sair do castigo. Porque não existe punição maior para quem procura reciprocidade do que comprar o ingresso do parque e precisar enfrentar uma fila quilométrica para andar no brinquedo tão esperado apenas por breves segundos.
O fato é que quem gosta não espera e isso foi lição aprendida depois de muita lágrima derramada no cantinho escuro do quarto. O amor é um dos sentimentos mais urgentes do mundo. Exige, demanda, ele praticamente abraça a eternidade no espaço pontual daquela euforia. Porque ele quer e quer no exato momento que a adrenalina avisa para o corpo que tudo aquilo que ele sempre esperou se encontra ali, entre uma escolha e outra, apenas aguardando um sinal de entrada. O amor transborda presença. Nada de “eu quero passar o resto da vida com você, mas não agora”, nada de “eu gosto de você, porém não sei se devo assumir um relacionamento neste instante”, nada de “estou com saudades, mas infelizmente sem tempo para te encontrar essa semana”. Amor é coisa poderosa demais. Força de vontade também. Não existe trauma, frustração, dúvida, decepção no mundo capaz de lutar contra um sentimento quando existe reciprocidade. Da premissa mais conhecida: quem quer faz, quem não quer arruma uma desculpa. Simples assim.
Bem como diz aquele filme que eu adoro: “quando a gente descobre que quer passar o resto da vida com alguém, a gente deseja que o resto da vida comece logo”. A dura verdade é que enquanto você está aí atrás da porta, como uma criança a espera do brinquedo novo, ouvindo o barulho dos passos que sempre se aproximam, mas parecem nunca abrir a porta de fato, os pés do outro dançam pelo mundo afora. Enquanto você é refém de uma indecisão e marionete dos caprichos daquele alguém, o universo segue sua órbita e apenas seu coração permanece suspenso no banquinho ao lado da porta ansiando por uma brecha para a grande estreia naquele palco.
Então não, não vale a pena “esperar” por ninguém. Porque se você precisa provar a alguém seu valor para que uma decisão seja tomada, se você precisa literalmente parar sua vida esperando uma chance de finalmente sambar a dois. Se sua autoestima bem como suas vontades são negligenciadas durante o processo, e se o sentimento do outro é forte o bastante para sustentar uma espera, talvez este sentimento não seja verdadeiro o suficiente para fazer morada na sua vivência.
Ou você quer, ou não. Não existem meios termos, muito menos meias verdades. Bem como a gente secretamente deseja o lado da moeda no momento em que a joga para cima, no fundo, a gente sempre sabe o que quer, apenas demora um pouco mais para assimilar aquela escolha e suas possíveis consequências. Afinal de contas descer do muro e decidir por um dos lados da estrada invalida de certa forma inúmeras possibilidades de felicidade presentes no caminho deixado para trás. Propor uma espera nada mais é do que uma tentativa frustrada de se apegar a um plano B, caso todas as outras travessias deem errado. Além de cômodo é a máxima falta de respeito com a permissividade do outro. E se tem uma coisa que a gente não é obrigada nessa vida é a esperar pra ser feliz.
Aceitar o descompasso e seguir adiante. Amor não é barganha e definitivamente não sabe esperar. Não importa se o relacionamento é antigo ou se o sentimento está pedindo passagem nesse exato momento. Parar de ocupar o caminho com uma presença incompleta e deixar partir aquilo que não encontrou espaço na sua vivência. A vida é transitória demais para mirar o passar das horas através de um banquinho atrás da porta. Coragem para aceitar a única certeza inquestionável do amor: o livre arbítrio de ser, estar, permanecer. Que seja aqui e agora, enquanto existe vontade, não na imprevisibilidade do amanhã. Qualquer coisa diferente disso é migalha, perda de tempo e invariavelmente descaso com o sentimento mais importante do mundo: o amor próprio.

Danielle Daian
0 comentários Postado por Paula Lopes
segunda-feira, 28 de abril de 2014

Porque continuamos

Ultimamente, tenho percebido o quão esmagadores podem ser os dias. Procuro sempre me deixar encantar pelas pequenas coisas, como o pôr do sol, ou uma música antiga que me vem à cabeça e me faz feliz, ou até sonhos que, mesmo inconscientemente, me fizeram bem. Mas, acho que a maior felicidade que uma pessoa pode ter na vida é o amor. Trabalhar/estudar a semana toda mas saber que sexta feira vai ser feliz ao lado de quem gosta; quando se sentir triste, ter para quem ligar, um porto seguro a quem você sempre vai poder recorrer; contar as coisas mais desinteressantes do mundo para alguém que realmente se interessa por aquilo (e se interessa principalmente por você). O amor move a esperança de dias melhores, mas, sozinho, não muda a vida de ninguém. É preciso que nós também queiramos tê-lo. Continuamos seguindo em frente para, um dia, ter/ser essa pessoa.

0 comentários Postado por Paula Lopes
sexta-feira, 25 de abril de 2014

Exceção

Todos nós sabemos da efemeridade das relações.
Sábio é quem aceita esse fato,
E, apesar disso,
Ou por causa disso,
Consegue ser feliz.

"Nothing lasts forever"
E quem acredita nos clichês?
Achamos que somos importantes ao ponto de
Pensar que o que vivemos
É exceção.
0 comentários Postado por Paula Lopes
sábado, 5 de abril de 2014

Feliz por nada - trechos

Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.
A frustração sempre é gerada por expectativas que não se realizam.
Independência nada mais é do que ter poder de escolha. Conceder-se a liberdade de ir e vir, atendendo suas necessidades e vontade próprias, mas sem dispensar a magia de viver um grande amor. Independência não é sinônimo de solidão. É sinônimo de honestidade: estou onde quero, com quem quero, porque quero.
Considero fotografia uma arte, pela capacidade que tem de capturar a alma do fotografado e revelar a nós algo que nosso olho não consegue enxergar. (...) Mas me pergunto: se você não documentar suas experiências e emoções, elas deixam de existir? Você deixa de existir? (...) Certas ocasiões ainda me parecem suficientemente fortes para resistirem intactas na nossa lembrança, e apenas nela.
Das consequências de estar viva você não escapa. (...) Seja qual for o caminho que optarmos seguir, haverá altos e baixos. E isso é tudo. O jeito é curtir nossas escolhas e abandoná-las quando for preciso, mexer e remexer na nossa trajetória, alegrar-se e sofrer, acreditar e descrer, que lá adiante tudo se justificará, tudo dará certo. Algumas vidas até podem ser tristes, outras desperdiçadas, mas, num sentido mais absoluto, não existe vida errada.
Não deixei de ser eu. Apenas abri o leque, me permitindo ser um "eu" mais amplo. E sinto que é um caminho sem volta.
Li em algum lugar que só há uma regra de decoração que deve ser obedecida: para onde quer que se olhe, deve haver algo que nos faça feliz.
Felicidade é calma. (...) O efeito colateral de se estar vivo.

0 comentários Postado por Paula Lopes
terça-feira, 1 de abril de 2014

Sobre o que cabe no silêncio

No silêncio cabe tudo o que não foi dito, cabe a possibilidade do que poderia ter sido, cabe a alegria que é tão infinda ou a mágoa que, de tão grande, não lhe permite nenhuma reação a não ser calar-se. Um silêncio pode ser de aceitação, pode ser de preguiça de defender suas ideias, pode ser de medo da reação do outro ao saber o que você sente. Silêncio nem sempre é consentimento. Silêncio pode ser o sentimento pedindo atenção do jeito mais sublime: ficando quieto, esperando ser percebido mesmo quando não está gritando, mas continua ali dentro. Num mundo onde pode-se gritar as tristezas e alegrias - fulano está se sentindo (...) - devíamos nos ater aos silêncios.
0 comentários Postado por Paula Lopes
domingo, 23 de março de 2014

23 de março de 2013

Bom, exatamente nesse horário a um ano atrás eu estava com o Maurílio. Consigo me lembrar perfeitamente de como ele me deu as mãos e a gente ficou conversando pelo tempo que, para mim, foi infinito. Um ano e tudo que aconteceu (ou não). Um ano e tudo que mudou (ou poderia ter mudado). Um ano cheio de alegrias tão intensas e tristezas que pareciam sem fim. Um ano que, definitivamente, entrou pra minha história. Me encanta a capacidade das relações humanas. Tanto as físicas, como as sentimentais. A gente sempre acha que pode resolver alguma situação depois, ou estar junto da pessoa de novo, ou deixar o orgulho de lado e falar o que sente (mais tarde, agora não). Acontece que, nem sempre você vai ter a pessoa ao seu lado depois. Digo isso com experiência própria que eu não desejo à ninguém. Nesse um ano, senti uma saudade que eu nem sabia que existia e era cabível de ser sentida por alguém. Senti muita felicidade, conheci o amor em suas tantas formas, me decepcionei, chorei mais que nunca, mas cheguei a uma conclusão: a vida continua. Seja quando estivermos deitados em posição fetal não acreditando no quanto o mundo é injusto, seja quando não acreditarmos que exista sensação tão boa quanto satisfazer nossos desejos, seja quando o amor aparecer do jeito que menos esperamos: a vida continua e é tudo fase. Daqui a pouco tudo muda. Então, que eu me permita chorar por esse nove meses que você se foi,  por esse um ano que nós estivemos mais unidos que nunca, por esses 7 anos de amizade e convivência, e de onde você estiver saiba que eu te amo. Como irmão, como amigo, como o cafajeste que conseguiu fazer com que eu me apaixonasse por você apesar de tudo (ou por causa de tudo) e depois de tanto tempo ainda faz meu coração bater mais forte quando eu lembro do seu sorriso e do quão babaca você era. Te amo.
0 comentários Postado por Paula Lopes
terça-feira, 11 de março de 2014

Destinatário.

Baseada em um sonho que tive na última noite, estou te escrevendo isso. Saiba que quando receber essa carta, será um sinal de que você é a pessoa mais especial que eu já conheci (não é minha intenção desdenhar de um bem tão valioso para mim que é a palavra escrita, e mais ainda meus sentimentos, então, acredite). Bom, acho que quando a gente se conheceu foi por causa do meu descuido e às vezes deixei alguma coisa cair e você pegou; ou então foi por nosso gosto musical parecido (provavelmente você gosta de Pearl Jam ou Arctic Monkeys). Depois disso, a gente saiu algumas vezes e a cada encontro tínhamos mais certeza que estávamos no caminho certo e aquela sensação de "agora vai". Provavelmente nós não estamos juntos só por convenções sociais, pode ser que nem carro a gente tenha ainda e namore a pé, além, é claro, da distância (tenho um histórico até agora bem preenchido de atrações que moram a no mínimo 100 km away from me). Mas acima de distância, status ou medo, nosso amor é maior. E eu tive a certeza disso na vez em que você me apresentou pros seus amigos ou pra sua família e eu nunca senti até agora o que vou sentir nesse dia, te garanto. Nesse momento eu vou ter a certeza de que a gente se ama e está fazendo a coisa certa estando juntos. Quando você falar em voz alta pra pessoas que são importantes para você "essa é a minha namorada", me abraçar e me der um beijo na testa eu vou ter vontade de chorar. E de te abraçar forte e de te amar pra sempre naquele momento. Quando eu acordar pela primeira vez ao seu lado, eu vou correr no banheiro para escovar os dentes, lavar o rosto e pentear os cabelos porque nunca quero que você me veja mais feinha, e mesmo estando na mais pura simplicidade você vai me achar bonita e se lembrar porque me escolheu, e quando eu te assistir dizer isso com os olhinhos pequenos de sono e a cara toda amassada, eu vou te achar o homem mais sexy do mundo e ter a certeza de eu quero acordar todos os dias ao seu lado. A nossa primeira briga vai anteceder nosso melhor sexo. O medo de perder ao outro vai aumentar a paixão e a intimidade, e assim eu espero. Espero que você goste de arte, literatura, história e viaje o mundo todo junto comigo. Aliás, eu já realizei meus maiores sonhos de ser uma produtora de moda reconhecida, viajar pras semanas de moda e para lugares inesquecíveis, e me sentir feliz todos os dias? Se a resposta for não, tenho certeza que você é companheiro e vai me incentivar a ter mais sonhos e me apoiar na realização deles. Junto de mim, provavelmente igual você esta lendo essa carta agora. Espero que nosso amor seja imortal.
0 comentários Postado por Paula Lopes
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

The Spetacular Now

A pressão sobre amadurecer, estudar, ter um emprego, ser alguém na vida etc fica cada vez mais e mais nítida, definitivamente todos nos cobram sobre ser adultos. E se nós quisermos apenas viver o momento e deixar as consequências pra depois? E se o amor e as relações forem a coisa mais importante de nossas vidas, nós vamos perde-los para simplesmente ser adultos e fazer o que os outros esperam de nós? Sei lá. Só que as vezes tenho a impressão de nós estamos nos perdendo nessa tentativa frustrada de sempre fazer o que esperam de nós. Pode ser que ter boas e inesquecíveis histórias pra contar seja mais importante do que ter um emprego que te paga mais e também te tira os prazeres da vida. Viver o agora não é sobre ser inconsequente, é sobre ser destemido e ter o coração aberto pro que der e vier.
0 comentários Postado por Paula Lopes
terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A.M.

Eu sonhei com você quase todas as noites essa semana
Quantos segredos você consegue guardar?
Porque há essa música que encontrei que me faz pensar em você de alguma forma e eu a coloco para repetir
Até eu dormir
Derramando bebidas no meu sofá
(Eu quero saber?)
Se esse sentimento é recíproco
(Triste te ver partir)
Eu meio que esperava que você ficasse
(Querida, nós dois sabemos)
Que as noites foram feitas, sobretudo, para dizer coisas que você não conseguirá dizer amanhã
Já pensou em ligar quando você tomou umas?
Porque eu sempre penso
Talvez eu esteja muito ocupado sendo seu para me apaixonar por um novo alguém
Mas eu não sei se você sente o mesmo que eu sinto
Mas nós poderíamos estar juntos, se você quisesse
--------------------------------------------------------------------------
Segredos que eu tenho mantido em meu coração
São mais difíceis de esconder do que eu pensei
Talvez eu só queira ser seu
Eu quero ser seu, eu quero ser seu
Quero ser seu
Quero ser seu
Quero ser seu
---------------------------------------------------------------------------
Eu fico louco, pois aqui não é onde eu quero estar
E satisfação parece com uma memória distante
E eu não consigo evitar
Tudo que eu quero ouvi-la dizer é: "Você é meu?"
Bem, você é minha?
Você é minha?
----------------------------------------------------------------------------
E eu pensei que você poderia ser minha
Em um pequeno mundo, em uma noite de terça excepcionalmente chuvosa
No lugar e na hora certa
Quando os zeros se alinham a meia noite
Quando você sabe quem está ligando apesar do número esta bloqueado
Bem, você curou minha tristezas de janeiro
Sim, você fez tudo ficar bem
Eu tenho a impressão de que eu poderia ter acendido o fusível
Que você estava tentando não acender
Você era uma estranha na minha agenda telefônica, que eu estava agindo como se eu conhecesse
Porque eu não tinha nada a perder
Quando o inverno está em pleno andamento e seus sonhos simplesmente não estão se tornando realidade
Não é engraçado o que você vai fazer?
Você e eu poderíamos ter sido uma equipe
Cada um tinha uma metade de um assento de rei e rainha
Como o início da significação de ruas
Você poderia ser minha garota
------------------------------------------------------------------------
Ouvi dizer que você se apaixonou
Ou perto disso
Eu tenho que te dizer a verdade...
Quero agarrar ambos os seus ombros e sacudir, amor
Saia dessa (saia dessa)
Para sempre não é para todos
Para sempre é para você?
Soa como se acomodar ou desistir
Mas não soa muito como você, garota
---------------------------------------------------------------------------
Eu não consigo explicar, mas eu quero tentar
Há essa imagem de você e eu
E ela vai dançando pela manhã
E à noite
Existem todos esses segredos que eu não consigo guardar
Como em meu coração, há aquela suíte de hotel
E você viveu lá por tanto tempo
É meio estranho agora que você se foi
Todos aqueles lugares que costumávamos ir
E eu suspeito que você já sabe
Mas aquele lugar na rua das lembranças continua o mesmo, mas algo nele mudou
Eu não tenho certeza se deveria te mostrar o que encontrei
Será que se foi pra sempre?
Ou será que está voltando?
E pensei que eu era seu para sempre
Talvez eu estivesse enganado
Mas ultimamente eu não consigo passar um dia inteiro
Sem pensar em você
----------------------------------------------------------------------------
Ela é enlouquecedora certificada, sabendo muito bem que eu não
Eu poderia sugerir que a conheço de algum lugar apenas para fazer a bola rolar
Monólogos bêbados, confuso, porque
Não é como se eu estivesse apaixonado, eu só quero que você me faça bem
E parece que você poderia
Vamos lá, vamos lá, vamos lá antes que o momento passe
Hino de festa nº 1
O olhar do amor
O fluxo de sangue
O "ela está comigo"
0 comentários Postado por Paula Lopes

Trechos

Ele tinha tudo pra sufocar e não sufoca, me toca, me inspira e respira pra me botar no mundo de novo. Ele é aquela sacada genial que eu tive numa manhã de quinta-feira, é o meu bom humor e pode até falar pro meu chefe que a TPM não veio esse mês por causa dele. Porque ele tem dessas coisas de saber me adoçar mais que chocolate, e saber lidar com meu lado fera sem me dominar. - Entre Todas As Coisas

Saiba que obrigar alguém a nos amar é impossível, mas que dar bons motivos para que isso aconteça é algo perfeitamente cabível a nós e capaz de, com certezas, encher corações indecisos. - Casal Sem Vergonha

Cada um tem seu tempo e sua maneira de lidar com as emoções, mas algumas verdades são universais. Após cada noite, nasce um dia, e a intensidade do que sentimos hoje é diferente da que sentiremos amanhã. Sentimentos alimentados, bons ou ruins, acordam mais fortes. E sabe aquela frase ordinária “vai passar e você vai rir disso tudo”? Pois é, grandes chances de se concretizar. Então curte aí, com brigadeiro, cerveja ou trilha sonora do Leandro e Leonardo. Mas por fim, vire a página. Corações ancorados não veem o mar. - Casal Sem Vergonha


0 comentários Postado por Paula Lopes
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Do Amor


Fotografia impecável, Cícero e Caetano na trilha sonora, uma atuação encantadora de Armando Babaioff e Maria Flor e uma história tão simples quanto arrebatadora de corações: assim é a minha nova série queridinha, Do Amor. Basicamente, a série mostra como o amor de verdade afeta vidas de verdade com problemas de verdade. A capacidade que as personagens têm de se apaixonarem, o modo como se dá o desfecho de cada situação, a calma/tristeza/amor que é passado através das músicas e cenários, a profissão da Lulu (fotógrafa) e de Pio (escritor), o figurino e maquiagem, o modo como a amizade é transmitida para nós, a aceitação sem preconceitos de todos os tipos de amor e mais alguns infinitos itens me encantaram (procuro por outros adjetivos mas acabo voltando à esse rs). Acho que estamos tão acostumados a relações com atitudes automáticas, que, quando realmente enxergamos a simplicidade da vida nos apaixonamos. E os diálogos, tão sinceros que me fizeram chorar ou morrer de rir. Espero nunca perder essa pureza e a credibilidade que só o verdadeiro amor podem me proporcionar.











0 comentários Postado por Paula Lopes

Vários jeitos de se perder

"Numa madrugada com barulhinho de chuva e cheiro de saudade, uma aspirante a escritora, roedora insaciável de unhas e sonhadora jovem estava tentando entender os sentimentos e tudo o que lhe rodeia." O quão clichê essa cena é para você? Pois bem, assim (ou com menos fantasias) eu estou. Se um dia o gênio da lâmpada me desse a benção de realizar 1 desejo, o que eu iria pedir seria desejos infinitos. Mas meu segundo, e verdadeiro desejo, seria um entendimento sobre as coisas básicas da vida. Porque nós não podemos ter uma noção de que escolhas devemos ou não fazer? Se a pessoa que eu estou escolhendo para ficar ao meu lado é realmente a certa, ou se a outra pessoa tão impossível mas que ao mesmo tempo me faz sentir coisas tão inusitadas, será, no fim, a melhor opção? Ok, talvez sabendo o desfecho de algumas situações nós evitássemos erros que nos fariam crescer e blabla. Mas creio que essa economia de tempo/energia/sentimentos seria muito mais produtiva do que qualquer aprendizado. Ontem, fui dormir pensando que o fim de semana seria ótimo, em um lugar que eu me sinto bem, com amigas que me fazem felizes, comemorando o aniversário da minha mãe e com um companheiro inesquecível. Menos de 12 horas depois e: todos os planos desfeitos, e provavelmente o que seria tão bom vai ser apenas casa, filme, vazio e tristeza. Com tanta coisa se passando dentro da minha cabeça, ainda não decidi por qual delas começo e desabafo nesse texto que provavelmente ninguém vai ler, mas que tem como único e inalcançável objetivo me ajudar a entender o que se passa dentro de mim. Bom, acho que uma parte já foi: ter uma sabedoria prévia sobre determinados desfechos e evitá-los (ou vivê-los até que me matem). Não saber se o que acontece é um "aviso do destino" sobre o que escolher, ou se é apenas mais um empecilho que me guiará ao mais difícil e também mais recompensador, está me deixando insone e exausta. Sentir tudo, ultimamente, está me deixando exausta. Não culpo a terapeuta, nem os amigos, nem minha mãe. Esse fardo tem peso exclusivo sobre mim. Mas o que pesa mais é não conseguir me entregar totalmente à uma relação por pensar em como irá ser o seu fim. Se esse fim também irá acabar comigo, ou se vou superar rápido e já voltar a vida, ou se vou se vou me transformar numa pessoa sozinha e amarga. Até aqui, já me perdi, só que agora para fora. O que é indolor e insensato, comparando-se com se perder para dentro.
0 comentários Postado por Paula Lopes
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Talvez

Quem sabe o motivo de eu não conseguir escolher quem eu quero seja saber que quem não for o escolhido, eu irei perder? Talvez eu só esteja dramatizando a situação ou me inspirando muito na situação Elena/Stefan/Damon, mas talvez eu realmente não esteja em um bom momento para perder mais ninguém. Minhas amigas indo pra faculdade, e eu vou ficar aqui. E espero de verdade superar todas as expectativas e estudar bastante, pra conseguir passar em uma boa faculdade no curso que eu quero e ir pra longe daqui e dessas pessoas de mente e sentimentos tão pequenos quanto mesquinhos, e eu acho que mereço mais que isso.
Anyway, nada vai ser como eu espero. Só espero que ainda seja surpreendida pra melhor. Talvez isso tudo seja importante ou talvez seja quase 4 da manhã de uma sexta que eu não estou totalmente sóbria.
0 comentários Postado por Paula Lopes
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Amadurecer é descer do salto


Dia desses, olhando fotos antigas e a minha velha pasta de músicas de cinco anos atrás, percebi o quanto eu cresci – é que o amadurecimento tem dessas, é mensurável pelas coisas mais simples.


Reparei no meu cabelo escovado no porta-retratos. No salto alto e na cara de sofrimento, provavelmente pelas dezenas de calos nos meus pobres pezinhos. Ou pela pose que tinha de ser mantida, por tudo o que me impedia de me exceder na bebida (ou, aliás, de me exceder em qualquer coisa que fosse). Talvez pelo cara bonito com quem eu não poderia puxar assunto, pois, eu precisava esperar ele vir me convidar pra dançar.
Quais eram, afinal, essas grades invisíveis que me aprisionavam? Que força horrenda mantinha meus pés dolorosamente equilibrados naqueles saltos 15? Pra quem eu precisava provar que eu era esguia, comportada e tinha absoluto autocontrole? Na verdade, eu não pensava sobre isso na época – e, mesmo se pensasse, provavelmente eu não encontraria essas respostas.
Mas, depois de muitos calos, eu as encontrei: É que chegamos a uma fase da vida em que não precisamos provar nada pra ninguém. É quando a gente escolhe, constantemente, as sapatilhas. É quando a gente se joga de cabeça sem medo de sair descabelada. É quando a gente não tem medo de perder, por que a gente entende que não há o que ser perdido. Não há nada em jogo além da felicidade. E como ser feliz quando não se é livre?
É claro que o salto alto é bem-vindo, porque, convenhamos, nos deixa absolutamente sexys como num passe de mágica. Mas, entre estar confortável e impressionar alguém, a gente não pode mais titubear na resposta. É preciso optar por si mesmo.
A gente olha pros lados e não procura um olhar de desejo ou de despeito – a gente procura um novo drink, um novo amigo, um novo livro, um novo lugar, uma nova música… A gente entende que o que os outros pensam ao nosso respeito não nos diz respeito.
E a gente entende, sobretudo, quanta beleza há em estar confortável. Na cara lavada, nos pés no chão, nas roupas menos justas (e não menos sexys), no corpo de quem se cuida sem esquecer – nem por um segundo – de ser feliz.
E que o que importa nessa vida é cuidar da gente e de quem cuida da gente. Que dá pra sair sem protetor solar de vez em quando. Dá pra assumir  o cabelo natural. Dá pra usar chinelo de dedo. Dá. Dá pra dar no primeiro encontro. Dá pra se exceder na bebida de vez em quando – ou quase sempre, por que não? Dá pra viver, reviver, começar tudo de novo. Dá pra amar, dá pra sonhar. Dá pra ser feliz.
Nathalí Macedo
0 comentários Postado por Paula Lopes
terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sobre vazios, saudades e confusão

Mais uma madrugada que me pego sentindo esse vazio tão cheio de você. Esse vazio que tem o seu sorriso marrento, seu cheiro (que, eu juro por Deus, depois de uma semana, ainda consigo sentir em mim), seu cabelo bagunçadinho e o seu toque. Mais uma madrugada que eu fico imaginando como vai ser daqui pra frente, quando nós vamos dar errado e como vai ser o nosso fim. Tenho esse péssimo hábito de já começar qualquer coisa esperando pelo final.
Sempre que me imaginava escrevendo, em um blog ou em folhas alheias, prometia à mim mesma que não seria dessas pessoas que escrevem de forma tão dramática ou intensa. Mas não consigo ser de outro jeito, senão assim. Talvez escutar muitas músicas da Taylor, ou John Mayer, ou Pearl Jam, ou Arctic Monkeys me deixou tão esperançosa, na vida e no amor. Ou talvez sejam só minhas manias, e quanto mais lembro delas mais lembro de você implicando ou rindo disso. (Outra mania: relembrar nossas conversas e momentos, ouvindo A.M., e morrer de saudades suas).
Dizer que eu não espero por nada seria hipocrisia. Eu espero, sim, que tudo dê certo pra gente, que esse sentimento seja forte o suficiente pra superar os cento e tantos quilômetros e que, apesar de todos os apesares, nossa fé no amor seja maior que tudo o que houver.
Não consigo colocar em palavras o que estou sentindo. Quanto mais penso sobre essa situação, ou sobre você, ou sobre como vai ser tudo no futuro, mais e mais confusa eu fico. Mais um texto confuso, mas sincero pra você, continuo te esperando, de todas as formas.
0 comentários Postado por Paula Lopes
domingo, 5 de janeiro de 2014

Cartas Extraviadas

Como fã número 1 da Martha Medeiros, não poderia deixar de falar aqui sobre um dos melhores livros (na minha opinião) de sua carreira, e olha que nunca gostei de poemas ou coisas do tipo, mas o jeito como ela coloca os sentimentos pra fora, sendo em rimas, poemas, crônicas ou contos, fica digno de lágrimas e sorrisos ao ler. Bom, deixo aqui essa sugestão de leitura e abaixo algumas das melhores passagens desse livro extraordinário.

"saudade eu tenho do que não nos coube
lamento apenas o desconhecido 
daquilo que não deu tempo de repartir."

"eu diria do amor que o amor é reto
que o asfalto do amor acaba
mas o amor continua
desbravando o mato"

"um quase silêncio, o dia nublado
reflexo dos meus olhos em vidros embaçados
repentina clareza, vejo de ambos os lados
somos duas pessoas sentindo tudo errado"

"o adeus é parada cardíaca
que mata
o adeus é católico
ressuscita-nos
o adeus é sem beijos
gélido
o adeus é rápido
simplista
o adeus é reencontro
solitário
o adeus é festa 
do diabo
o adeus é básico
direto
o adeus é cúmplice
do tempo
o adeus é pra sempre"

"uma mordidinha para sentir o gosto
um cheirinho para sentir o perfume
um beijinho rápido, uma ilusãozinha
a quantos basta uma amostra grátis

não consigo molhar os pés apenas
eu mergulho e só paro quando me afogo
eu me queimo e só para quando derreto
eu me jogo e só paro quando me param
"

"quando dá tudo errado
visto uma camiseta e faço um rabo de cavalo
quando dá tudo errado
como pouco e tomo muita água
quando dá tudo errado
me masturbo e durmo até mais tarde
quando dá tudo errado
troco os lençóis
passo perfume francês
faço as unhas das mãos e dos pés
e dispenso penitência
já que não deu tudo certo
coloco um disco que gosto
escolho uns poemas que toquem
e os releio deitada no sofá
tudo errado que dá
é consciência"


"primeiro toco você ou
você me toca em janeiro?
janeiro será tarde demais
ou será mais verdadeiro?"

"há momentos em que nossos valores se rompem
certezas se estilhaçam como cristal
viram pó nossas absurdas convicções 
princípios só se justificam no final"

"um presente, o amor que acontece ao mesmo tempo
ele por ela, ela por ele, um pelo outro, vigilante
um amor em que ele a quer, ela o deseja, homem, mulher
um presente, o amor que resiste ao inconstante"

"desperto no escuro, ainda é cedo pra acreditar
que vai haver futuro e que vale a pena"

"do amor falou-se tudo e sigo e segues
entendendo quase nada, tudo é pouco diante
da incompreensão do que existe sem nome
será mesmo amor o nome disso que sinto e sentes?
disso que sinto e sentes falou-se tanto
e sigo desconhecendo bastante
de mim e de ti que sinto e sentes tudo isso
de que falamos tanto e perseguimos errantes"

"os sentimentos estão com fome e viciados"

"fartei-me de mim
sensibilidade demais
fadiga"

"foi um pequeno grande amor
daqueles que têm tamanhos para todos os lados
e só podem ser medidos por dentro"

"de novo esta breve pausa entre um amor e outro
terei dias de vento e noites de embriaguez pela frente"

"nunca mais
é a expressão que durará pra sempre"

"sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo
quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando
melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar


sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de
lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar

sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é
covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque
sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu
lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência"
0 comentários Postado por Paula Lopes