quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Sobre o medo de ser normal
Leio muitas crônicas pela internet. E nessa, eu vejo muitas, mas muitas meninas mesmo, descrevendo o quanto elas são diferentes das outras e o quanto elas se sentem melhor sendo diferentes do que fazendo o que todo mundo faz. Eu pensava muito assim até um tempo atrás.
Quando eu era bem criança e ouvia a Avril Lavigne cantando "anything but ordinary", eu concordava. Um tempo depois, quando eu estava com 14 anos, andava quase fantasiada de Kurt Cobain e me enfurnava em casa enquanto minhas amigas saiam, eu também gostava de dizer que "eu não preciso fazer essas coisas", "ai, eu sou diferente delas", "eu tenho meu próprio estilo, nunca andaria vestida assim igual a todas as outras".
Mais um tempinho passou e no começo do ano passado, a minha promessa de ano novo foi que eu diria "sim" ao que aparecesse pra fazer sem ficar me impondo limites. E deu certo.
De alguma forma eu percebi que talvez eu me afastasse e julgasse todo mundo por simples medo de cair no lugar comum. E é o que eu vejo as vezes, será que não tem gente aí com medo de experimentar o "normal" e gostar disso?
Quando eu comecei a me desapegar desses rótulos, muita gente achou que eu tava "virando piriguete", que eu "tava ficando com mal gosto", que eu tinha mudado e tudo mais, mas sinceramente? Eu continuo sendo a unica garota de cabelo rosa na minha sala e nas festas, a unica garota de vestidinho e salto que tem um piercing dentro da boca e a unica que sabe cantar Queen quando toca acidentalmente na balada. Eu continuei sendo "a única" no meu gosto e estilo, o que em nenhum momento me impediu de sair, socializar e agir normalmente como todo mundo age, e... me divertir!
O que eu quero dizer é que não é só porque você é fã do nirvana e seus amigos preferem Katy Perry, que se você ouvir uma musica dela com eles você vai estar traindo seu "movimento grunge" (que só existe na sua imaginação, sinto informar tá?), ou que só porque você prefere usar tênis em vez de salto, seu all star vai fugir de você no dia que você resolver botar um sapato.
Não se julgue uma coisa só! Ou melhor, não se julgue uma coisa tão rasa! Será que que você é tão fraca nos seus conceitos que não aguenta conviver com outros? Ou será que você quer tanto ser de um jeito que tem medo de descobrir que é de outro? Pois pode ficar tranquila: quando você realmente é uma coisa, não precisa se esforçar pra ela aparecer, fica escrito na sua testa sem você saber.
Gabriella Chame é uma ruiva desvairada que escreve porque as amigas não aguentam mais ouvir tantas teorias.
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