quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Eu que não amo você.


Hoje por acaso ouvi na rua aquela música que me fazia pensar em você. Mas você nem chegou a saber dessa porque foi na época em que você foi embora mesmo. Me lembrei então das muitas tardes que passei remoendo acontecimentos, buscando respostas e ensaiando discursos. Pensei em quanto tempo se passou desde que fomos felizes, se é que nós fomos. E em como era acostumada a viver esperando um sinal de que você ainda se lembrava de mim. Ouvi a musica até o fim, recordando cada verso que eu jurava fazer sentido pra nós dois naqueles dias. Lembrei de como eu guardei você comigo tanto tempo e de como acreditava te amar no sentido mais puro e verdadeiro que isso pode ter. E quer saber? Soltei uma sonora gargalhada. Aquela musica, aquelas lembranças agora tão patéticas não faziam mais sentido algum. Porque depois de um certo tempo eu percebi que não se tratava de sentir falta de você, tratava-se apenas de estar cultivando um sentimento desnecessário e sem rosto em mim. Quando finalmente me toquei e deixei o que pensava ser "você" pra trás, percebi o quanto eu mesma já estava forte e muito bem sem seus julgamentos e ciumes. Percebi que agora eu sou capaz de me virar, de não entregar meu tempo e meu amor a qualquer um e que a minha vida mudou pra muito melhor desde que você se foi. E sabe, num pensamento quase alheio a mim mesma e tipico de toda mulher, descobri também que: além de tudo isso, meu atual namorado beija muito melhor que você.

Gabriella Chame é uma ruiva desvairada que escreve porque as amigas não aguentam mais ouvir tantas teorias. 
Postado por Paula Lopes

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