quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Cartas para a minha auto estima


Vou tentar ser direta, falar sem rodeios e com calma para não te machucar mais. Escrevo essa carta, minha amiga, para combinar algo sério: a partir de hoje, só nos abalamos por coisas importantes, fechado?
Esqueça aquelas crises idiotas de quando a calça jeans aperta um pouco, o ex namorado arruma uma mais bonita ou na praia tem setenta mulheres com mais bunda que eu. Chegou a hora da gente crescer.
Eu sei que com autoestima não se brinca, e por isso, prometo não aumentar o tom de voz. É que a minha vontade era mesmo te contar que às vezes você é uma grande filha da puta. Vamos ao shopping, compramos roupas carérrimas, nos preparamos para a festa, e quando chego lá, contando que você esteja lá nas alturas, percebo que você não é nada exigente, e acaba me entregando para o primeiro mais ou menos que oferece o ombro. Chega, beleza? Paramos com isso. Não dá mais.
Agora só se valer muito a pena. Agora, amiga montanha russa, só com a aprovação do cérebro. Que, aliás, já foi devidamente avisado para em caso de festa, boate ou primeiros encontros, ser um pouco mais esperto.
Quero pedir para você não oscilar tanto. Nem muito alta, porque gente arrogante é chata, e nem muito baixa, porque lugar de gente triste é debaixo do chuveiro. Eu quero uma autoestima em equilíbrio. É isso: quero me dar mais valor.
Estamos combinadas?

Marcella Brafman é jornalista e mineira. Sofre de imaginação fértil e só passa escrevendo.

Postado por Paula Lopes

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