quarta-feira, 29 de agosto de 2012

sobre querer dar certo.

ontem a noite, eu estava fazendo coisas normais. recebo um telefone de um "amigo" falando que tava aqui na cidade e chamando pra sair. aí as opções passam pela cabeça: ser a difícil, pra ele valorizar quando "me tiver" OU ir e aproveitar o momento pra depois ter histórias pra contar ? bom, escolhi a segunda. porque com certeza, se eu não tivesse ido e pagado pra ver, hoje eu estaria agoniada e pensando "e se", e na boa, até mesmo uma noite ruim é melhor do que ficar dias e dias pensando no que poderia acontecido. e não foi ruim - nem um pouco. a pessoa que faz questão da nossa companhia, ganha um lugar especial no nosso coração. pelo menos comigo acontece isso. as conversas, as indiretas, os olhares e o jeito que tudo aconteceu, me fez sentir exatamente o que eu não quero sentir. porque a amizade mesmo sempre deu certo e já tem tempo. agora, com essa amizade colorida, eu não sei o que vai acontecer e se vai dar certo. quer dizer, eu sei, não vai, mas juro, há muito tempo eu não queria que uma relação desse realmente certo igual eu quero agora, dessa vez, com você, que, por favor, desse certo.  dessa amizade podia realmente nascer um sentimento recíproco, o destino tá ajudando, basta você querer.
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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

estudantes

acabei de chegar em casa, tava na festa do estudante da minha escola [precária mas], e depois fomos pra uma lanchonete com os amigos, na maior simplicidade, mas hoje foi uma das melhores noites que eu já tive esse ano. sabe quando você está com pessoas que te fazem bem, e isso basta ? poise. uma dessas pessoas é um grande amigo, com quem eu posso ter alguma coisa a mais a hora que eu quiser. e a gente daria certo em tudo. e é por isso que eu não tento. no fundo eu tenho medo de dar realmente certo com alguém. sempre só consigo dar errado, ou ter alguma coisa que me impeça de ter um amor digno de conto de fadas. e quando eu sei que esse amor perfeitinho e idiotinha pode acontecer, eu simplesmente fujo. nós somos amigos, irmãos, você percebe quando eu estou rindo e quero chorar, e é por isso que eu não posso tentar nada com você. nós somos novos, loucos, e ainda temos muito pra viver nessa vida, que é SEMPRE imprevisível. uma coisa que to aprendendo é que realmente o mundo dá voltas. nós somos novos, loucos, ainda vamos viver amores impossíveis, e outros nem tão impossíveis assim, mas que não darão certo. relaxa, quem sabe um dia ? nós somos novos, loucos, estudantes...
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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

to sozinha e mudada

"ai quanto drama" desculpa se não posso mais contar pra você como realmente to me sentindo. na boa, essa semana to só me decepcionando mais e mais e mais com minhas amizades. uma sincera demais, a outra ciumenta demais, a outra faz as coisas e não conta... não ta dando pra confiar em ninguém. só falta uma pessoa que eu amo e confio me decepcionar, meu primo. espero realmente que isso não aconteça. ele também não, por favor. mas essa bosta de semana que com certeza está entre as piores da minha vida, ainda falta muito pra acabar, e isso tá me dando medo. o que ainda pode piorar ? tem jeito de eu me sentir/estar ainda mais sozinha ? sinceridade demais machuca e eu tive que viver isso pra perceber. a partir de agora eu mudo, prometo pra mim mesma ! sobre MINHAS coisas EU vou saber. vou contar quase nada pra quase ninguém. as pessoas não estão interessadas em saber como está sua vida, como foi seu dia ou como você está se sentindo. ninguém se importa com você. o máximo que pode acontecer é curiosidade de saber se você ta realmente mal ou saber o que aconteceu. pra rir por dentro e pensar: bem feito. na boa, chega. mudei, mas não vou falar mais, vou agir.
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Uma hora a ficha cai


Ele me deu um pé na bunda. E doeu. Fiquei sem entender direito o motivo. Tudo parecia bem. A gente parecia bem. O mundo parecia um lugar bonito e seguro. Eu parecia bonita e segura. E de repente as coisas mudaram. Ficou um vazio grande no lugar dele. Ficou uma sensação de perda dentro de mim.
Na hora em que o calo aperta e o coração quase derrete não adianta falar de tempo. Enfia o tempo no bolso e sai daqui! Não quero saber se o tempo cura, não quero ouvir que ele é o melhor remédio para todos os males. Não quero sair, não quero conhecer gente nova, não quero achar novo amor. Aproveita e enfia o novo amor no bolso também.
Eu quero é ele. Ele, ele, ele. É que não tem ninguém igual. É que não vai ter sentimento igual. É que não vai ter outra pessoa que seja assim, tão única, tão perfeita, tão, tão...sabe? Não vai ter, eu sei. Eu sei e todo mundo sabe, não sei por qual motivo, razão ou circunstância ficam me enrolando e tentando me passar a perna com esse lance de o-que-é-seu-tá-guardado.
Tenho certeza que ele é a minha alma gêmea. Eu nunca acreditei nisso. Até conhecer aquele homem. Meu Deus, ele é a metade da minha laranja. Por ele eu mataria e morreria. Por ele eu seria sempre melhor. Por ele eu seria até capaz de virar Amélia, a mulher de verdade. Por ele. Ele, que fez com que eu entendesse o amor. Ah, o amor. Aquele cretino. Aquele safado. Aquele ordinário. Aquele sem vergonha que faz a gente entregar o coração e acabar de mãos abanando e sangrando.
Nunca mais vou amar ninguém. Não quero. Não vou. E não adianta você voltar com aquela história do tempo. E não adianta querer me levar pra sair, pra conhecer gente, pra esfriar a cabeça. Não quero saber de toda aquela baboseira de cortar o cabelo, renovar o guarda-roupa, começar a malhar, frequentar novos lugares, mudar velhos hábitos, incrementar o dia a dia. Não quero saber de tudo aquilo que as mulheres fazem para tentar achar A Cura.
Não quero me curar. Quero beber todo dia uma vodca barata. Ou cara, depende do dia do mês. Quero beber e ficar sozinha. Prometo que não vou encher os ouvidos das amigas, das colegas de trabalho, dos amigos gays, da vizinha do andar de cima, da minha mãe. Prometo que nem vou buzinar nos ouvidos do terapeuta. Juro que me comporto. Fico eu, o pouco de sanidade que resta, o copo sempre cheio de vodca, algumas lágrimas e um punhado de recordações. Quero isso. Quero a depressão. Quero a fossa. Quero me acabar. Quero ficar arrasada para sempre. Quero ficar pensando nele o dia todo. Recordando cada momento que passamos juntos. Não quero saber de me entupir de chocolate e carboidratos. Vou fazer greve de fome até morrer. E antes vou deixar um bilhete: morri, seu idiota. Morri.
Acho que agora estou entrando naquela fase da raiva. Aquela em que a gente imagina o cara de terno e gravata fazendo cocô. Aquela em que a gente começa a pegar nojinho. Aquela em que a gente usa todos os palavrões para definir o infeliz. Aquela em que a gente sai da fase da música de corno para cantar bem alto “I’m Every Woman” de braços abertos, abraçando o infinito, até ficar rouca e louca.
Guardei as fotos em uma caixa e escondi ela no fundo do armário. Melhor deixar longe. Melhor não ver. Melhor parar de fuçar no Facebook. Melhor deixar de seguir no Twitter. Melhor deletar o telefone do meu celular. Melhor não dar uma espiada na vida da ex. Não quero mais saber o que ele come, se sente frio, se reatou com a antiga namorada, se continua lindo de morrer, se acabou comprando aquele tênis que eu disse que combinava com ele. Não quero saber nada disso. Quero virar autista e fingir que ele nunca existiu. Assim sofro menos. Assim vivo mais.
Hoje eu reparei que as olheiras diminuíram. E que deixei de chorar. Me achei mais corada. Menos pálida. Mais bonita. Uma beleza melancólica. Tem um pouco de tristeza nos meus olhos. Mas vou me maquiar. Senti vontade de me arrumar. Pra mim. Para meu espelho. Pra me animar. Uma amiga me convidou pra um happy hour. Vou. Uns caras me olharam, me senti mais mulher, me senti bem. Quase não lembrei dele.
Estou trabalhando bastante. É bom ocupar a cabeça. Parei um pouco de beber. Arrumei minhas gavetas. Joguei umas coisas fora. Decidi limpar as coisas por aqui. Acendi um incenso. Dancei sozinha na sala. Ri. Fui na padaria. Comprei pão francês e queijo cottage. Decidi dar uma volta no Ibirapuera. O dia está tão lindo. Encontrei uma velha conhecida. Conversamos. Marcamos um sushi para o dia seguinte.
Fui jantar com a velha conhecida. Me diverti. Voltei pra casa, assisti um filme bobo, lembrei dele, chorei, sequei as lágrimas e me perguntei: por que estou chorando? Entrei no Facebook e vi uma foto dele com uma mulher peituda. Chorei mais. Dormi chateada e pensei isso-nunca-vai-passar.
Comecei a caminhar todos os dias pela manhã. É melhor, vou para o trabalho com mais ânimo. Um cara bem interessante caminha por lá também. Não usa aliança, está sempre sozinho, ouvindo música e com o olhar longe. Parece eu.
Me distraí. Esbarrei no cara. Ele se desculpou e sorriu. Nossa, que sorriso bem lindo. Senti uma coisinha no peito. Sorri de volta e segui andando. Na outra volta encontrei ele de novo, que sorriu mais uma vez. Para, que vou morrer aqui. Na outra volta eu já estava cansada, mas ansiosa por aquele sorriso. Ele sorriu. Me derreti. Parecia uma abobada. Voltei pra casa.
No outro dia acordei feliz da vida, o cara sorridente ia estar lá de novo. E estava. E sorriu. E sorri. E ficamos nessa por uma semana. Até que ele pediu meu telefone, eu dei e ele me ligou. Quer ir ao teatro comigo? Quero. Enquanto eu me arrumava ele me ligou. Ele, que me deu um pé na bunda. Não atendi. Sorri. E tentei lembrar a última vez que lembrei dele. Não consegui.
Talvez eu volte a acreditar no amor de novo. Talvez eu nunca mais sofra. Talvez. A vida é cheia de “talvez”, mas uma coisa é certa: o tempo ajuda. E não adianta você dizer que não e tentar lutar contra isso.

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