sábado, 5 de setembro de 2015
Eu te deixei ir por saber que ninguém é dono de ninguém, ninguém deve ficar onde não quer, ninguém tem o direito de acorrentar ninguém. Eu te deixei ir porque não me convém que alguém fique se não for por livre e espontânea vontade. Mas se eu disser que tua presença não me faz falta e que teu riso não me iluminava o dia, seria mentira.

Eu te deixei ir porque sempre convivi bem comigo mesma, porque sempre me soou tranquilo não precisar dar satisfações, porque seria muito decadente da minha parte implorar por atenção de uma companhia distante. Eu te deixei ir torcendo baixinho para que quisesse ficar.

Eu te deixei ir pra usar da minha diplomacia, pra ser sensata acima de ser emotiva, pra ser forte antes de ser sua, mesmo que eu seja sua antes de qualquer outra coisa. 

Eu te deixei ir pra caso um dia você se arrependa, eu sinta a maior alegria do mundo: a de te ver voltar.

Eu te deixei ir, por incrível que pareça, por amor. Eu te deixei ir porque meu pequeno e colorido universo já não comporta mais a tua vontade de conhecer o novo. Eu te deixei ir porque já não sou mais novidade pra você e pra ver se um dia, depois de conhecer tudo que conseguir, você pare pra avaliar sua vida e perceba que de todas as suas velhas conhecidas, eu ainda faço seu coração vibrar.

Eu te deixei ir pra que nada seja esquecido, pra que tudo seja atípico, pra que o laço fosse desfeito de forma bonita. Eu te deixei ir porque prefiro conviver com a saudade que com o desprezo. Eu te deixei ir pra que tudo isso se tornasse eterno. Eu te deixei ir pra se tornar poesia.

Rossely Rodrigues
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terça-feira, 1 de setembro de 2015

Quando o riso dói

Faremos alguém feliz quando descobrirmos que ele pode ser feliz também em nossa ausência. Quando o amor abdica da aura de condenação.

As ameaças românticas sempre giram na subtração do contentamento com a distância. Se quem amamos não está conosco, será infeliz.

Pois o riso do outro, sem a nossa presença, significaria que ele não nos valoriza, identificado como dispensa, alta traição, insensibilidade diante da dedicada dependência. Sentimos ciúme desproporcional, a ponto da gargalhada sem a nossa autoria doer como uma lágrima.

Não é verdade, o nosso par é capaz de ser bem feliz separado.

Há o desejo perverso de que o outro se dane afastado. Mas é uma ansiedade infantil de possessividade.

Não somos a única fonte de felicidade de uma pessoa. Ela foi feliz antes de nos conhecer e será também depois. Esta noção salva casamentos, elimina restrições e chantagens, acentua o livre-arbítrio, valoriza a relação.

Não é que ela está comigo porque não consegue ser feliz longe, é que, mesmo podendo ser feliz longe, ainda é mais feliz comigo.

Somos a melhor opção, não a única. Somos a companhia predileta, não a que restou.


O certo é se enxergar o destino de uma alegria, em vez de sua viciada origem.

No momento em que condicionamos o bem-estar, prosperamos o pânico.  Funda-se a convivência pelo medo de perder o que se tem, jamais pela confiança de ter sido escolhido e eleito todo dia.

Não podemos sequestrar a felicidade do outro no casamento ou no namoro, como se fosse nossa, como se só dependesse de nossa proximidade, vinculando a alegria ao egoísmo dos laços.

Maturidade é ser indispensável justamente por deixar a porta aberta.

Carpinejar
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quinta-feira, 13 de agosto de 2015
gosto sempre de me lembrar sobre o que li uma vez, em que dizia que não importasse o quão ruim / cansativo / insignificante fosse o dia, sempre teria alguma coisa sobre ele que faria valer a pena o viver de novo. alguns dias são tão pesados em tantos sentidos que fica até difícil acreditar que isso seja verdade.

é falta de dinheiro, não conseguir arrumar um emprego no que a gente almejava, infantilidade (que a gente nem imaginou que existisse depois da escola) na faculdade, pessoas sem noção nenhuma de respeito ao próximo e a dificuldade que é morar com outras pessoas, doenças na família, mais uma desilusãozinha no amor...

tudo isso vai desgastando o que a gente tenta trazer de bom dentro do peito. ninguém consegue lidar com todos os problemas ao mesmo tempo e continuar fingindo que tá tudo bem. e ir lidando com isso sozinha, porque ninguém é obrigando a ajudar a gente a carregar nosso próprio universo de problemas e angústias e tristezas, fica insuportável a partir de um certo momento.

apesar disso, ultimamente to tentando pensar positivo pra atrair o bem, tentando enxergar o copo meio cheio apesar dessa tempestade que ta balançando toda a água que ainda tem nesse copo, e faz parecer que quando passar não vai sobrar uma gota.

fica isso. a tentativa de ver o lado bom em coisas tão ruins e pobres. o que fez o dia de hoje um pouco menos pior foi o bolo de cenoura que eu cozinhei.
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quarta-feira, 29 de julho de 2015

What does love means to you?

http://www.hypeness.com.br/2015/07/o-que-e-o-amor-video-emocionante-coloca-pessoas-dos-0-aos-105-anos-para-responder-essa-pergunta/ 

What is the word love means to you?

Love is a complicated thing.
Love is just a form of god.
Love is deep.
Love means never have to say you're but i dont believe that at all cause you'll say that you're sorry. A lot. 
Love means being vulnerable
Love means love yourself first. Unconditionally love yourself you can love anything in this world. 
I think that is being able to doing something for somebody else that you normally wouldn't do because you don't wanna do but you do, but you do it anyway cause it something that they wanna do. 
Love is a powerfull thing. 
It's what makes life whorth living. 
Everything else become nothing. All that matters is that whole two hearts that expand to the infinity. 
It means in a funny way freedom. Cause freedom feels so mano feelings so deeply. 
Its look after each other and see our bests selfs. 
It's like someone you can dance about. Or someone you can sing about. Or someone you can build a building about. But i dont really feel like the words sufficient to something like that. 

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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Eu menti que não te amei

Eu menti que te esqueci. Com a voz meio falhada, a mão suada de nervoso e um daqueles apertos agudos que a gente só sente quando sabe que vai perder alguém pro resto da vida. Eu menti que te esqueci naquele bar na esquina da minha casa que cê adorava encher a cara toda sexta-feira, lembra? Eu tava virando uma dose de tequila e tentando me livrar das mil doses de você que ainda tenho aqui dentro quando me perguntaram de nós dois. E eu menti.
Eu menti que não doeu. E não contei que passo pela rua do seu prédio todos os dias indo pro trabalho e penso rápido: se eu subir, ainda tem lugar pra mim? E não contei que acordo no domingo esperando o cheiro do chocolate quente que você sempre trazia pra me acordar. Nem falei que te procuro pela cama nas madrugadas geladas de São Paulo pra você me aquecer com aquele seu abraço que sempre foi o meu abrigo. Eu só menti que já não dói.
Eu menti que não faz falta. E escondi que é entre os meus silêncios que sua ausência grita, ainda que eu esconda tão bem por trás dos meus sorrisos planejados. E abafei a vontade de gritar que é entre um buraco e outro de cada frase dos meus textos que eu fico caçando palavras pra substituir você – e não acho. E que eu tentei me preencher com outros risos, outros beijos, com muito álcool, e não deu.
E a porta ainda tá aberta, e eu não deletei seu celular da minha agenda, e eu ainda frequento seu restaurante preferido – tudo uma tentativa frustrada de ajudar o acaso a nos trazer de volta pro eixo. Mas eu menti que tinha passado. Que eu me que refiz, como a gente sempre se refaz após qualquer fim – dolorido ou não. Que eu toquei a vida, cara, e não tô nem aí se você já encontrou outra que escute a voz rouca que cê tem logo quando acorda. Outra que chegou e ocupou o lugar que eu deixei vago.
Eu menti que te esqueci. Naquele bar que cê adorava. E sobre as noites de insônia, sobre o seu cheiro que eu ainda encontro nos cantos de casa, sobre a saudade do som da sua risada, sobre a dor chata que eu ainda sinto sempre que escuto as músicas que supostamente eram nossas, sobre tudo o que a gente foi e tudo que era pra ter sido – não, eu não falei. Porque eu preferi mentir pra todo mundo que eu nunca te amei.

Karine Rosa, me descrevendo semana passada. Semana passada. Porque essa semana já não preciso mentir mais, eu realmente te esqueci, percebi que mereço e vou conseguir muito mais do que do você jamais foi capaz de me oferecer. E eu não to mentindo que me amo.
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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Muito além do valor do aluguel

Voar: a eterna inveja e frustração que o homem carrega no peito a cada vez que vê um pássaro no céu. Aprendemos a fazer um milhão de coisas, mas voar… Voar a vida não deixou. Talvez por saber que nós, humanos, aprendemos a pertencer demais aos lugares e às pessoas. E que, neste caso, poder voar nos causaria crises difíceis de suportar, entre a tentação de ir e a necessidade de ficar.

Muito bem. Aí o homem foi lá e criou a roda. A Kombi. O patinete. A Harley. O Boeing 737. E a gente descobriu que, mesmo sem asas, poderia voar. Mas a grande complicação foi quando a gente percebeu que poderia ir sem data para voltar.
E assim começaram a surgir os corajosos que deixaram suas cidades de fome e miséria para tentar alimentar a família nas capitais, cheias de oportunidades e monstros. Os corajosos que deixaram o aconchego do lar para estudar e sonhar com o futuro incrível e hipotético que os espera. Os corajosos que deixaram cidades amadas para viver oportunidades que não aparecem duas vezes. Os corajosos que deixaram, enfim, a vida que tinham nas mãos, para voar para vidas que decidiram encarar de peito aberto.
A vida de quem inventa de voar é paradoxal, todo dia. É o peito eternamente divido. É chorar porque queria estar lá, sem deixar de querer estar aqui. É ver o céu e o inferno na partida, o pesadelo e o sonho na permanência. É se orgulhar da escolha que te ofereceu mil tesouros e se odiar pela mesma escolha que te subtraiu outras mil pedras preciosas.
E começamos a viver um roteiro clássico: deitar na cama, pensar no antigo-eterno lar, nos quilômetros de distância, pensar nas pessoas amadas, no que eles estão fazendo sem você, nos risos que você não riu, nos perrengues que você não estava lá para ajudar. É tentar, sem sucesso, conter um chorinho de canto e suspirar sabendo que é o único responsável pela própria escolha. No dia seguinte, ao acordar, já está tudo bem, a vida escolhida volta a fazer sentido. Mas você sabe que outras noites dessa virão.
Mas será que a gente aprende? A ficar doente sem colo, a sentir o cheiro da comida com os olhos, a transformar apartamentos vazios na nossa casa, transformar colegas em amigos, dores em resistência, saudades cortantes em faltas corriqueiras?
Será que a gente aprende? A ser filho de longe, a amar via Skype, a ver crianças crescerem por vídeos, a fingir que a mesa do bar pode ser substituída pelo grupo do whatsapp, a ser amigo através de caracteres e não de abraços, a rir alto com HAHAHAHA, a engolir o choro e tocar em frente?
Será que a vida será sempre esta sina, em qualquer dos lados em que a gente esteja? Será que estaremos aqui nos perguntando se deveríamos estar lá e vice versa? Será teste, será opção, será coragem ou será carma?
Será que um dia saberemos, afinal, se estamos no lugar certo? Será que há, enfim, algum lugar certo para viver essa vida que é um turbilhão de incertezas que a gente insiste em fingir que acredita controlar?
Eu sei que não é fácil. E que admiro quem encarou e encara tudo isso, todo dia.
Quem deixou Vitória da Conquista, São José do Rio Preto, Floripa, Juiz de Fora, Recife, Sorocaba, Cuiabá ou Paris para construir uma vida em São Paulo. Quem deixou São Paulo pra ir para o Rio, para Brasília, Dublin, Nova York, Aix-en-provence, Brisbane, Lisboa. Quem deixou a Bolívia, a Colômbia ou o Haiti para tentar viver no Brasil. Quem trocou Portugal pela Itália, a Itália pela França, a França pelos Emirados. Quem deixou o Senegal ou o Marrocos para tentar ser feliz na França. Quem deixou Angola, Moçambique ou Cabo Verde para viver em Portugal. Para quem tenta, para quem peita, para quem vai.
O preço é alto. A gente se questiona, a gente se culpa, a gente se angustia. Mas o destino, a vida e o peito às vezes pedem que a gente embarque. Alguns não vão. Mas nós, que fomos, viemos e iremos, não estamos livres do medo e de tantas fraquezas. Mas estamos para sempre livres do medo de nunca termos tentado. Keep walking.
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segunda-feira, 2 de março de 2015

About tragedies and love.

Tragedies will always be found in things we love. And if we're not willing to see the beauty in losing something that means the world to us, then imagine how terrible it will be to live for them.  
We must always welcome to the end of all things. For sometimes, knowing nothing lasts forever, is the only way we can learn to fall in love with all the moments and all the people that are meant to take our breath away. 

R. M. Drake 
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Mais um pra você

Fiz facebook de novo por motivos maiores, e me sugeriram você pra adicionar aos amigos porque talvez a gente se conhecesse. Acho que era essa sede de viver tudo que a vida tivesse a nos oferecer que nos aproximava, o pouco medo de quebrar a cara e recomeçar do zero ou a consideração que tínhamos com nossos amigos, que eram também nossa família, nosso porto seguro. Não sei se realmente te conheci, não sei se essa situação fosse contrária você ainda lembraria e sentiria saudades de mim, não sei como nós poderíamos ter sido, mas sei que sempre que cantávamos pearl jam ou legião urbana, eu tinha certeza que você me entendia mais que nenhuma outra pessoa. Também sei que essa falta que você me faz e o pensamento de como tudo poderia ter sido diferente, os "e se" da nossa história que teve escrita apenas as primeiras linhas, me matam um pouquinho a cada dia. Mas não vou me render à nenhuma tristeza, nem vou abaixar a cabeça pros empecilhos que a vida colocar à minha frente, porque sei que você não se orgulharia disso. Vou viver minha vida por nós dois, experimentar tudo que o mundo tiver de me oferecer por nós dois, ter sucesso e ser uma profissional brilhante (porque no fundo você também era responsável e queria ser "alguém") por nós dois, e a cada vez que me lembrar de você, também vou me lembrar que eu posso ser quem eu quiser e fazer o que quiser com minha vida! Sempre procurando o amor, mas enquanto ele não chega, aproveitando os prazeres do caminho. 

Tenho a te agradecer, você foi muito filho da puta comigo, e assim me fez crescer muito mais que muitos caras legais. Acho que isso foi, de alguma forma, amor. E ainda é, dentro de mim. 
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sábado, 31 de janeiro de 2015

cantando

and for a minute it gets easier to pretend that you were just some lover.

looking for a new place to begin, feeling like it's hard to understand.
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